sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Os Sete

Última leitura do ano: "Os Sete"1, de André Vianco2. O livro foi lançado em 2000 de forma independente. Tomei conhecimento de Vianco numa entrevista no Jó Soares3, no dia 20 de abril de 2011. Desde então havia ficado a vontade de ler o livro. Então encontrei uma edição da Editora Aleph4 5, publicada esse ano.
Sete vampiros numa caravela naufragada. Cada um com uma habilidade diferente. Apenas seis fazem parte da trama. Sétimo - o último vampiro, surge no capítulo final e tem um livro na sequência, que em breve pretendo ler!


1. VIANCO, André. Os Sete. São Paulo: Aleph, 2016. 432 p.  ISBN: 978-85-7657-338-8.
2. BLOG DO VIANCO. Disponível em: <https://blogdovianco.com/> Acesso em: 30 dez 2016.
3.GLOBO PLAY - PROGRAMA DO JÓ. O escritor André Vianco fala sobre o seu livro. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/1490387/> Acesso em: 30 dez 2016.
4. EDITORA ALEPH. Disponível em; <http://www.editoraaleph.com.br/> Acesso em: 30 dez 2016.
5. EDITORA ALEPH - FACEBOOK. Disponível em; <https://pt-br.facebook.com/editoraaleph> Acesso em: 30 dez 2016.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A Bela e a Adormecida

O grande Neil Gaiman1 e mais um clássico, um livro para a posteridade, no qual ele revisita outros clássicos da Literatura Infantil, o livro "A Bela e a Adormecida"2. Originalmente publico em 2013: 'The Slleper and the Spindle', na coletânea 'Rags & Bone: New Twists on Timeless Tales'3, da Little Brown4. Publicado no Brasil em 2015, pela Rocco Jovens Leitores5. o livro foi ilustrado com belos desenhos de Chris Riddell6
Os personagens não são nomeados, mas temos uma rainha, de cabelos negros e pele tão branca quanto a neve, que está prestes a se casar com um príncipe. Todavia, ela não está satisfeita com a cerimônia que se aproxima. Três anões que teriam viajado a outro reino em busca de uma bela seda para presentear a rainha, retornam com notícias tenebrosas sobre um outro reino onde uma princesa teria sido enfeitiçada e caiu num sono profundo ao completar dezoito anos, e junto com ela todos os súditos. Mas o mal estava se espalhando e atingindo outros reinos. A rainha abandona tudo, veste sua armadura e segue para solucionar o problema. Após muitos perigos, chega ao castelo guardado por uma velha senhora, que a rainha logo pensa ser a bruxa. Com um beijo desperta a Bela. Pasmem! A Bela era a bruxa e a senhora, a bela que ficou acordada e envelheceu, enquanto a bruxa se rejuvenescia. A bruxa é espetada no coração com o fuso afiado e a bela morre na cama enquanto todos despertavam. Uma história sem final feliz, pois a rainha segue em aventura sem pensar em casar.


1. NEIL GAIMAN. Disponível em; <http://www.neilgaiman.com/> Acesso em: 29 dez 2016.
2. GAIMAN, Neil; RIDDELL, Chris. A Bela e a Adormecida. 1ª ed. Tradução: Renata Pettengill. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2015. 68 p. ISBN: 978-85-7980-249-2.
3. GOODREADS. Rags & Bone: New Twists on Timeless Tales. Disponível em: <http://www.goodreads.com/book/show/17310066-rags-bones> Acesso em: 29 dez 2016.
4. LITTLE, BROWN AND COMPANY. Disponível em: <http://www.littlebrown.com/> Acesso em: 29 dez 2016.
5. ROCCO JOVENS LEITORES. A Bela e a Adormecida: capa + trecho + pré-venda. Disponível em: <http://www.rocco.com.br/a-bela-e-a-adormecida-capa-trecho-pre-venda/> Acesso em: 29 dez 2016.
6. CHRIS RIDDELL. Disponível em: <http://www.chrisriddell.co.uk/> Acesso em: 29 dez 2016.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Toca Meu Coração

O texto abaixo foi pensado para participar de uma coletânea, mas infelizmente não vingou. O local e as pessoas são fictícios.
De qualquer forma, aí está ele!!!

Toca meu coração

Irineu Lima de Albuquerque

Lewis estava em sua bike Schinn modelo Sting-Ray de 1963 com uma flâmula amarela presa atrás no selim com encosto tipo banana, que havia pertencido a seu pai e que estava encostada no celeiro desde que ele se lembra como gente, mas que no último ano, quando completou dezesseis, disse a seu pai que não queria nada, apenas a antiga bicicleta. Seu pai coçou a cabeça e lançou um olhar nostálgico em sua direção como quem trazia a mente antigas lembranças. A Sting-Ray é um clássico para as bicicletas, tem guidão alto e assento de banana com duas barras de ferro que descem e se prendem no quadro próximo ao pneu. No instante em que seu pai assentiu ele saiu correndo para admirá-la mais uma vez e passou todo tempo que tinha livre nos próximos três meses reformando a bike.
A Sting-Ray era a segunda coisa que ele mais gostava. A primeira era seu violão elétrico acústico cutaway, San Vaughan’, um dos modelos assinados por Lewis Holy Davis e que ele trazia às costas enquanto pedalava por Songville, já um tanto quanto surrado, pois ganhou do pai quando tinha oito anos e mal cabia nos seus braços. Todos os dias após chegar da escola, faz sua refeição forçado pela mãe e vai direto tocar e compor. Logo em seguida com ele nas costas sobe na bike e cruza a ponte do Rio Hope – ele e a família moram num pequeno sítio às margens do Rio Hope. Ao cruzar a ponte sempre costuma parar para admirar a fábrica de instrumentos musicais, e mais uma vez fica imaginando como eles magistralmente conseguem construir e dar vida sonora a algo tão mágico e precioso como seu violão. Afinal seus pais deram a ele o nome do morador mais ilustre da cidade Lewis Holy Davis, e sonha em poder um dia sair pelo mundo afora alegrando as pessoas com sua música e quem sabe representando os instrumentos musicais da San Vaughan, assim como fez Lewis Davis.
Seu destino é a Praça do Abolicionista, mas ele não segue direto. Como todos os dias, inclusive nos finais de semana, prefere circular toda a cidade, passando pela loja de instrumentos musicais para apreciar os instrumentos mais uma vez, o conservatório municipal, onde espera um dia poder exprimir seu talento, e passando pela Rua Ella, entre as avenidas Fitzgerald e Armstrong onde mora Mariana Karenina, por quem é apaixonado desde os doze anos. Na verdade, é justamente com ela que ele vai se encontrar na praça, compôs uma música e quer que ela escute.
Derrapando e fazendo poeira para a um metro de distância de Mariana, que o espera com um sorriso faceiro. Com um vestido azul esvoaçante e arco dourado na cabeça e um óculos preto redondo, também com armação dourada, cabelos negros compridos e pés descalços, aproxima-se dando saltinhos e rodopios.
É por isso que você não me saí do pensamento garota!
Você que é cheio de ideias Lewis!
Como cheio de ideias? Você que teima e me fazer sofrer! Mas venha cá, senta aqui no pé da árvore, deixa eu mostrar para você o que fiz.
Outra composição sua? Você sabe que adoro tudo que você faz.
E eu amo ouvir você cantar o que eu escrevo, sua voz sim que é um dom de Deus.
Eu sei que tenho uma voz bonita, todos dizem então eu acredito!
Ah! Acredita é?
Sim! Mas também sei que você é um talento, toca, escreve e canta como ninguém que eu conheço aqui na cidade.
Você diz isso por que gosta de mim. Ainda tenho muito chão para trilhar. Mas vem. Escuta!
Lewis apruma o violão, já um tanto quanto desgastado pelo tempo, mas muito bonito. Braço em mogno escuro, tampo em madeira clara cutaway e roseta decorada em dourado. E começa cantar.

Introdução:
23 20 12 10 23 20 32 34 32 34 20 23 (Re La Si) 2x Sol

Re La Si Re                      La                           Si
Mariana você é muito mais do que um sonho
Re           La             Si          Sol
Embala as noites todas
Re      La      Si         Re   La   Si     Sol
Nada pode mudar o que sinto
Re        La                    Si          Re   La       Si       Sol
Tenho sempre o seu nome em meus lábios
Re La Si
Você está cada vez mais presente
Re    La       Si     Sol
Em minha vida
Re  La  Si  Re  La Si  Re La Si  Re La Si   Re La Si
Mariana Mariana Mariana Mariana Mariana.

Lewis parou de cartar e a observa…
O que houve? Não gostou? Posso mudar, tentar melhorar!
Não é nada disso, é que nunca pensei que um dia alguém faria uma música colocando meu nome. Eu fiquei emocionada.
Puxa! Se soubesse disso teria mostrado a mais tempo a você. Faz um certo tempo que escrevi esse verso e não tinha coragem de cantar para você.
Nem precisa escrever mais nada. Basta repetir esse sempre. Para mim está linda.
Lewis se aproxima de Mariana e tenta beijá-la, mas ela se afasta corando.
Só porque cantou para mim não significa que pode sair me beijando!
Que isso Mari! Você sempre soube o que sinto. Será que não tenho chance?
Lewis… Eu gosto de você também, mas ainda não estou preparada. Você sabe da minha história mais do que ninguém. É meu melhor amigo e não quero estragar isso.
Mariana sofreu bastante com a morte do pai, por quem tinha maior aproximação na família. Ele sempre pediu para ela ter cautela na vida e nunca fazer nada precipitado. Sua mãe assumiu a padaria da família que funciona em baixo da casa, e cuidar de dois meninos e da filha.
Lewis baixou a cabeça e sorriu.
Eu sei! Desculpe Mari! Não quero forçar nada. Mas quando chego perto de você não penso em mais nada, tudo perde o significado se não tiver você.
Isso é lindo Lewis! Obrigado por isso, pela música e por sua presença em minha vida. Prometo que vou me esforçar mais por nós dois. Eu também tenho um profundo sentimento por você.
Mariana se levanta e Lewis a acompanha numa caminhada pelo parque. Os dois calados trocando olhares. Ela estende a mão para ele e sorrir.


Não está um dia lindo? Tudo toca meu coração!