sexta-feira, 7 de julho de 2023

Selvagem

 SELVAGEM


Irineu Lima de Albuquerque


Imaginem um planeta extremamente selvagem!

Agora imaginem os seres maravilhosos que habitam nesse planeta!

Vislumbraram?

Cheio de animais que nadam, voam, correm e rastejam pelo chão. Animais que estão nas árvores, debaixo de pedras, sorrateiros e que mimetizam!

Plantas! Das mais variadas! Que sobrevivem em qualquer ambiente, do frio gelado ao calor extremo. Que fazem trocas gasosas o tempo todo e que usam a luz solar para gerar sua energia. Que liberam pólen no ar e sementes, flores. Habitadas por insetos, pássaros, primatas e roedores. Plantas aquáticas que vivem conforme as correntes marinhas ou fluviais.

Microrganismos! Bactérias, leveduras, vírus, bolores e parasitas. Seres microscópicos dos mais variados tipos. Independentes ou que necessitam de outro ser vivo para viver, por simbiose ou fatais ao seres que os adquirirem.

Isso tudo e mais uma atmosfera densa e pesada, com muito oxigênio e nitrogênio, e como já citado, com temperaturas que variam durante o dia e durante o ano, do frio ao calor, do calor para o frio.

O seres humanos estão adaptados a tudo isso… Claro, ainda podem morrer com uma picada de abelha, ou de uma gripe, ou alergia a pólen, ou intoxicação alimentar, ou ataque de um animal feroz e voraz.

Agora imaginem um ser de outro planeta, um alien, alienígena chegando na Terra, descendo de uma nave sem proteção, ou quem sabe, sendo literalmente jogado num deserto, praia, pântano para que sobrevivesse por livre e espontânea pressão. Teria que ter um baita sistema imunológico ou um organismo altamente adaptável. O que ou quem poderia ser esse indivíduo?

Quando assisto a um episódio de Star Trek ou Star Wars, ou qualquer outro filme de ficção científica, no qual seres humanos, ou humanoides chegam a um determinado planeta e descem da nave sem um equipamento de proteção - tudo bem quando aquele planeta já faz parte uma “federação”, já foi visitado e é conhecido e tem até mesmo as doenças prevalentes mapeadas - o que não significa necessariamente que não podem adoecer, pois sabemos que em nosso planeta ainda adoecemos muito, embora vivamos aqui a milhares de anos. Eu vejo as cenas e sinto até um frio na espinha por pensar no que poderia acontecer. Mas não é essa a preocupação principal do roteiro e sim a aventura e desventuras, o romance e as lutas, o bem e o mal, o desenrolar da história.