sábado, 12 de setembro de 2015

Coçam e Sangram

COÇAM E SANGRAM!
Irineu Lima de Albuquerque
Medo, fobia, insanidade, loucura ou desequilíbrio?!
Tudo parece virado quando acordo
Olho para o teto do quarto e vejo o céu que perdi
Não! Não era um céu
Era o equilíbrio. Era o chão que pisava. E nele eu estava sóbrio, agora sou apenas um
Néscio
Decrépito e abandonado tenho comigo somente essa tosse disseminada
E minha pele que coça e sufoca meus sonhos mais doces
Fui um homem viril!
Agora só restaram as caminhadas para o médico... Os remédios
Que faço questão de esconder, para ninguém saber para que servem
E vou sorvendo esse remédio-veneno
Que às vezes faz mais mal do que bem
Hoje estou deprimido, sinto dor, sinto pena de mim mesmo!
Sinto raiva e sinto angustia. Sinto medo e sinto...
Muito
O que sou agora?!
Viril é que não!
Homem? Que Homem? Sem predicados
Sem libido! Sem ninguém!
Justamente sem ninguém!
Não que eu queira alguém para mim, só queria alguém para
Conversar
Jogar o tempo fora e falar do que sinto
Amigos?! Onde estão? Tive vários, Tive tantos
Nas mesas dos bares, nos copos virados
Na carreira do pó e no pico injetado
Onde eles estão? Mortos, feridos, fudidos como eu?
Falidos, fedidos, fechados
Feitos furúnculos
Que coçam e sangram. E coçam e sangram
Droga!
Eles coçam e sangram!
Vocês não veem?! Estou só
E eles coçam e sagram!


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