sábado, 28 de dezembro de 2013

As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora - Os Primeiros Quadrinhos Brasileiros 1869-1883

Por volta do meio do ano fiquei sabendo desse projeto "As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora - Os Primeiros Quadrinhos Brasileiros 1869-1883"1, obra de Athos Eichler Cardoso2, uma publicação do Senado Federal3. Entrei no site e infelizmente estava esgotado. Posteriormente, retornei e para minha surpresa estava disponível. Fiz a encomenda, custou trinta reais. Um preço razoável, achei que não deveria ser uma coisa muito extensa. Pasmem, uma edição de 31,5 x 22,0 cm,  impresso em papel cuchê (couché) fosco4, com 202 páginas. Sem falar da importância dessa publicação. 
O resgate que na minha opinião é a maior obra brasileira na Nona Arte!! Estórias publicadas originalmente nas revista Vida Fluminense5, O Malho (digitalizada pela Fundação Rui Barbosa)6 e Don Quixote7, 8. Duas estórias de Angelo Agostini9, 10, 11, reunidas de forma inédita, Agostini tem até uma página no Facebook12.
A primeira estória "As Aventuras de "Nhô-Quim", ou Impressões de uma viagem à Coorte - História em Muitos Capítulos", de 1869, primeira estória em quadrinhos de longa duração, conta em quatorze capítulos as peripécias de um mineirinho que vai à capital Rio de Janeiro, e lá, diante da modernidade, mete-se em várias confusões e termina preso. Os nove primeiro capítulos desenhados por Agostini e os cinco restantes por Cândido A. Farias13, na Revista Vida Fluminense5.
A segunda estória "As Aventuras de Zé Caipora", de 1883, inicialmente na Revista Ilustrada14, foram 23 capítulos. Na Revista Don Quixote7, reeditou os 23 capítulos e mais o 24. Na Revista O Malho6, editou mais 40 capítulos inéditos, até 15 dezembro de 1905. Zé Caipora era José Corimba, um homem urbano, mas que assim como Nhô-Quim, mete-se em várias confusões, tudo por causa de seu amor Memé (Amélia). Um típico brasileiro, que aos poucos mostrou a que veio, indo de atrapalhado a herói, compartilhando suas aventuras com uma índia Inaiá, e encontrando riqueza. Mas, termina como Nhô-Quim, injustamente preso. No final, a estória parece ter sido traçada para ter uma continuação?!
The Yellow Kid (O Menino Amarelo)15, criado por Richard Outcault16, foi publicado entre 1895-1898, considerada a primeira estória em quadrinho, por ter balões. Agostine não usou balões, os diálogos vinham abaixo das imagens, mas isso não tira seu mérito, é a mais pura Arte Sequencial. Vinte e sete antes do Menino Amarelo!

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1. AGOSTINI, Angelo. As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora - Os Primeiros Quadrinhos Brasileiros 1869-1883. Edições do Senado Federal, Vol. 44. Pesquisa, organização e introdução de Athos Eichler Cardoso. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2013. 202 p. il. ISBN: 978-85-7018-492-4.
2. MOURA, Matheus - BIGORNA, Quadrinho Brasileiro em 1º Lugar. Entrevista: Athos Cardoso. Postado em: 19 set 2010. Disponível em: <http://www.bigorna.net/index.php?secao=entrevistas&id=1284909332> Acesso em: 28 dez 2013.
3. BRASIL. Senado Federal. As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora - Os Primeiros Quadrinhos Brasileiros 1869-1883. Disponível em: <http://livraria.senado.gov.br/as-aventuras-de-nho-quim-e-ze-caipora.html> Acesso em: 28 dez 2013.
4. WIKIPÉDIA. Papel couché. Atualizado em: 25 jul 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_couch%C3%A9> Acesso em: 28 dez 2013.
5. HEMEROTECA Digital Brasileira. A Vida Fluminense: Folha joco-séria-ilustrada. Disponível em: <http://hemerotecadigital.bn.br/artigos/vida-fluminense-folha-joco-s%C3%A9ria-illustrada> Acesso em: 28 dez 2013.
6. FCRB - Fundação Casa de Rui Barbosa. O Malho. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/_omalho/index.asp?lk=50&pagina=20#> Acesso em: 28 dez 2013.
7. WIKIPÉDIA. Don Quixote (revista). Atualizado em: 05 out 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Don_Quixote_(revista)> Acesso em: 28 dez 2013.
8. VELOSO, Monica Pimenta. Cumê? Mora? Descobrimento, comemoração e nacionalidade das revistas humorísticas ilustradas. Proj. História São Paulo, nº 20, p. 129-151, abr 2000. Disponível em: <file:///C:/Documents%20and%20Settings/user/Meus%20documentos/Downloads/10807-26721-1-SM.PDF> Acesso em: 28 dez 2013.
9. SILVA, Rosangela de Jesus. Angelo Agostini: crítica de arte, política e cultura no Brasil do Segundo Reinado. RHAA, nº 6, p. 107-122, s/a. Disponível em: <http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/downloads/Revista%206%20-%20artigo%209.pdf> Acesso em: 28 dez 2013.
10. FACULDADE Casper Líbero. Especial Angelo Agostini. Disponível em: <http://www.casperlibero.edu.br/canais/index.php/especial-angelo-agostini,c=312> Acesso em: 28 dez 2013.
11. MAIA, Roberto - Contraversão. Angelo Agostini, o pai dos quadrinhos nacionais. Postado em: 01 out 2013. Disponível em: <http://contraversao.com/angelo-agostini-pai-quadrinhos-nacionais/> Acesso em: 28 dez 2013.
12. AGOSTINI, Angelo - Facebook. Disponível em: <https://www.facebook.com/pages/Angelo-Agostini/493220957397578> Acesso em: 28 dez 2013.
13. CORREIA, Suyene - Bangalô Cult. Cândido Farias (1849-1911). Postado em: 15 dez 2011. Disponível em: <http://bangalocult.blogspot.com.br/2011/12/candido-faria-1849-1911.html> Acesso em: 28 dez 2013.
14. WIKIPÉDIA. Revista Ilustrada. Atualizada em: 24 dez 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Illustrada> Acesso em: 28 dez 2013.
15. WIKIPEDIA. The Yellow Kid. Atualizado em: 21 dez 2013. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/The_Yellow_Kid> Acesso em: 28 dez 2013.
16. SPARTACUS Educational. Richarde Outcault. Disponível em: <http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/USAoutcault.htm> Acesso em: 28 dez 2013.

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